quinta-feira, 3 de maio de 2012


DE QUE FOGEM AS MULHERES?

Fogem da Mulher Selvagem, fogem da mulher ancestral, sim fogem da “outra”que são elas mesmas e têm medo delas como das cobras….sim, das cobras e das serpentes, das Liliths... Elas fogem da sua alma…do seu ventre, do seu Útero… elas deixam-se operar e cortar para parecerem outras e deixam que os médicos em quem confiam cegamente lhe arranquem os ovários e o útero e tomam comprimidos para não menstruar e acham que a menstruação é suja e como mulheres “livres” pensam que têm de se libertar disso…e estão a condenar-se à escravidão de um modelo patriarcal que transforma as mulheres em objectos de consumo ou de procriação...ou a CURTO PRAZO "BARIGAS DE ALUGUER". Elas continuam subjugadas ao poder do homem e estão debaixo do seu controlo a todos os níveis e mesmo inconscientemente quando se julgam independentes…

Elas fogem sempre de si mesmas, não se conhecem em essência nem se lembram de um tempo em que realmente foram livres…em que dançavam nuas nas noites de luar ao sabor dos tambores e dos gritos de êxtase e prazer e viviam alegres a sua sensualidade e a maternidade plenas e se davam inteiras umas com as outras e aos homens e eram sementes de vida, de amor e de luz…
As mulheres esqueceram quem eram e porque o esqueceram hoje as mulheres têm medo delas próprias e das outras mulheres…
Elas foram divididas em duas e viradas umas contra as outras e aceitam esse destino sem se questionar, sem se revoltar, odiando-se umas às outras como eternas rivais….

Por isso elas têm que seguir os padrão dos homens, dos seus mestres e padres…os seus pais são ainda seu referênica e seus mentores, exemplo a seguir…de que são fiéis e orgulhosas e dos seus maridos e donos, traindo-se a si mesmas… o isso tudo foi o que eles lhes impuseram como ordem, como lógica e… depois de séculos terem sido apenas esposas castas e honradas, ou prostituías desprezadas, têm de ser hoje advogadas e médicas e ministras, frias e racionais e fugir de qualquer espelho que a outra mulher, a que ousa ser e ver-se sem medo lhe reflecte…
Estas são as mulheres ainda prisioneiras dos amantes, ou traídas e espancadas pelos maridos, caladas pelos chefes, desprezadas pelos colegas ou exploradas pelos patrões…abusadas em casa, ridicularizadas…sobrecarregas…
Sim, essas são a grande multidão das mulheres lá fora...mas nós não queremos ser essas mulheres!

Rosa Leonor Pedro
 

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