segunda-feira, 23 de abril de 2012


FUGIR DA DOR: UM PROCESSO QUE CAUSA AINDA MAIS DOR

Nós, seres humanos, guardamos vários tipos de sentimentos desconfortáveis que ficam acumulados no nosso inconsciente. Mesmo quando estamos atravessando uma ótima fase, por mais que pareça estamos felizes, lá dentro de nós, existem medos e sentimentos ocultos que ficam temporariamente adormecidos: medo de envelhecer, medo de perder alguém, preocupação com os filhos, medo de perder o emprego, preocupações com uma causa na justiça... Além disso temos aqueles sentimentos guardados do passado: uma mágoa de alguém, um culpa por ter feito algo, alguma rejeição sofrida na infância, a tristeza de uma perda e muitos outros sentimentos.

Guardamos uma nuvem de negatividade latente dentro de nós. Os animais na natureza não produzem essa negatividade e por isso estão muito mais paz e conectados com a vida do que os humanos.

Para que possamos sobreviver no dia a dia, desenvolvemos um mecanismo de ocultar os sentimentos, reprimi-los, não senti-los. É a maneira com a qual lidamos com essas coisas tão incômodas que guardamos. Imagine se durante o seu dia viesse a tona todos os seus pensamentos e sentimentos de medo e outras emoções negativas que você guarda? Para que isso não ocorra damos um jeito de não entrar em contato direto com essa negatividade.

Entretanto, mesmo não entrando em contato direto com ela, a negatividade está lá dentro de nós, guardadinha, nos causando mal estar. Aquilo que chamamos comumente de "ansiedade" é o sintoma dessa nuvem negativa acumulada dentro de nós. Podemos dizer então que a ansiedade é o acumulo reprimido dessas emoções desagradáveis que não queremos sentir.

Então, a nossa tentativa esquecer ou de não sentir é apenas uma ilusão. Se está lá dentro guardado, mesmo que você nunca pense ou fale sobre aquilo, esta energia provocará sofrimento de qualquer maneira.

Imagine então uma pessoa que se sentiu rejeitada pelo término de um relacionamento. O sofrimento é intenso no início. Temos que entrar em contato com aquilo em algum nível. Quanto mais profundamente sentirmos toda aquela emoção ruim, mais rapidamente ela será dissolvida. Mas damos sempre um jeitinho de não entrar em contato 100% para evitar aquele sofrimento maior inicial. Um pedaço daquela rejeição é varrido para os bastidores do nosso inconsciente e soma com outros sentimentos que também foram parar lá. E as vezes ficam por ali por 60 anos, ou até o dia da nossa morte.
 

Usamos vários métodos para não sentir as emoções. Podemos fingir que não estamos sentindo tanto assim e convencer os outros e a nós mesmos que estamos bem, quando na verdade não estamos. A maioria de nós faz isso em algum momento, em alguma profundidade.

Outra forma de não sentir é ir buscar um prazer imediato para anestesiar temporariamente o incômodo: comer uma coisa bem gostosa, fumar, beber, se drogar, fazer sexo, ocupar a mente com algum vício qualquer (trabalhar em excesso, jogar, comprar, ver televisão...). Tudo isso nos faz sentir melhor, mas apenas de forma temporária. Aquilo que está lá dentro não foi devidamente tratado e vai continuar a nos perturbar causando mais ansiedade. Aí entramos em um círculo vicioso lançando mão novamente dos mecanismos de fuga.

Esse processo de fuga acontece as vezes de forma "inocente" sem que a gente perceba. Estamos em casa e aí dá uma vontade de comer alguma coisa. Se pararmos para analisar, muitas vezes não é fome, nosso corpo não está precisando de alimento naquele momento. É que surgiu um desconforto, uma inquietação. São as dores guardadas que não entramos em contato. E aí não olhamos para isso e ativamos imediatamente o mecanismo de fuga, e assim surge uma vontade de comer algo para sentir prazer e anestesiar aquela sensação ruim, pelo menos por alguns minutos. Nesse momento, talvez tenha surgido uma sensação de solidão, medo, ou alguma culpa, enfim, pode ser qualquer coisa, vai variar bastante de um indivíduo para o outro.

Ao tentarmos fugir da dor, criamos cada vez mais dor. Ao não querer entrar em contato com emoções negativas, elas crescem. É partir dessa repressão que surgem problemas cada vez mais graves: obesidade, drogas, compulsões, ansiedade generalizada, depressão, pânico...

De forma geral, os homens tem mais dificuldade em se permitir sentir as emoções. A mulher se sente mais livre para se expressar emocionalmente e assim pode se curar mais facilmente. O mesmo ocorre na busca por trabalhos terapêuticos que lidam com a parte emocional.

É preciso ter cuidado para entrar em contato com as emoções de forma lúcida, observando-as para não ser sugado por elas e as alimentar. O aprendizado de como observar de forma lúcida é muito particular, difícil de ensinar e exige prática. Mas basicamente, inicialmente é preciso reconhecer que toda aquela negatividade é uma nuvem de energia negativa. Não importa o quanto possa parecer real e doloroso, é apenas uma nuvem de energia. Ao reconhecermos isso devemos entrar corajosamente nessa nuvem, permitindo-se sentir todos as sensações desagradáveis e pensamentos que surgem. Sinta, e observe. Esse contato direto faz com a energia se dissolva.

André Lima

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Homens, dinheiro e chocolate
Menna van praag
O falso amor é apenas querer alguém, enquanto o verdadeiro é querer que alguém seja feliz – respondeu ela – Tornei-me tão obcecada com o facto de Jake ser a minha única fonte de alegria, desejava-o tão desesperadamente que deixei de me preocupar com o que ele sentia - Maya riu-se um pouco – É uma tolice, mas, no final, sentia-me quase capaz de o matar por ele não retribuir o meu amor. E ainda julgava que estava apaixonada por ele! … - Portanto – continuou Rose -, precisas de saber que os relacionamentos funcionam sob leis emocionais que são tão autênticas e inflexíveis como as leis da Física, como as da gravidade. E quando vives uma relação, estás sujeita a essas leis até estares esclarecida. As nossas lições de vida são intensificadas quando vivemos um relacionamento. É como colocar duas pessoas numa panela de pressão de carências, desejos, medos julgamentos e críticas. Tudo o que fizeres por ti, tudo o que estás a tentar aprender e sarar, fá-lo-às a alguém e esse alguém a ti. Dor elevada ao quadrado. Ou se ajudam uma à outra a curar ou explodem. Todos levamos para uma relação as nossas próprias lições e, então, dependendo do quanto corajosos somos, do quanto estamos dispostos a aprender, tentamos resolver e reparar com a outra pessoa. Quando nascemos, para sobreviver, precisamos desesperadamente de outras pessoas. Mas, à medida que crescemos, se os nossos pais não nos criam convenientemente, se nos magoam, queremos, numa atitude de desespero, deixar de precisar deles, embora continuemos a depender por completo deles. Isto acontece à maior parte das crianças. Porque mesmo os pais mais adoráveis não podem preencher todas as necessidades dos filhos. É completamente impossível. Sejam quais forem as razões, os pais podem deixar aos filhos um de dois legados: o medo de ser abandonados ou o medo de serem absorvidos. Compreender o que está por trás de um relacionamento romântico não é necessariamente uma fórmula para os reparar a todos. É uma dádiva para curar os nossos corações. Mas alguns não estão mesmo destinados a durar para sempre, mas sim para nos ajudarem a compreendermo-nos a nós próprios mais profundamente. Quando as pessoas resistem às suas personalidades, acreditam que precisam de outras pessoas para as fazerem felizes. Todos os casais se sentem um pouco constrangidos por precisarem um do outro, e por isso entram num jogo. Imagina que a necessidade do outro é como uma batata quente que atiram ao ar porque nenhum a quer agarrar. Numa relação equilibrada, cada um detém 50% do sentimento de que quer e precisa do outro. Mas se uma das pessoas desiste da sua própria vida pela relação a balança começa a desequilibrar-se. Então aos poucos a balança começa a desequilibrar para um dos lados. E um dia um sente 70% da necessidade e outro apenas 30. Até que um se apodera de tudo e o outro fica sem nada. É assim que um relacionamento se pode tornar totalmente desequilibrado. Um assume a necessidade dos dois. As pessoas fazem estes jogos juntas; mas não têm é consciência deles. Uma pessoa, geralmente a mulher, sente grande parte ou a totalidade da carência, logo o outro, habitualmente o homem, não. Então quando a balança pesa demasiado, ela acha que precisa dele em absoluto, e ele acredita que não precisa mesmo dela. Claro que não é sempre assim, mas, regra geral, é por causa da maneira como fomos educados. Pais distantes criam filhas habituadas a sentir a sua privação, por isso assumem mais prontamente esse papel nos relacionamentos. Mães dominadoras, criam rapazes que precisam de distância para se poderem definir a si próprios. Como tal, caem mais facilmente no papel do parceiro que quer fugir. Uma vez que entendas isto, então quando voltar a acontecer, saberás que não é real e arrumas logo o assunto.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

sábado, 7 de abril de 2012

Nenhuma mulher está sozinha, independentemente de estar ou não casada, ter ou não filhos ou viver ou não em comunidade. Tu e eu fazemos parte de um enorme grupo de mulheres capazes, saudáveis e autocofiantes, que se encontram a redefinir o que significa ser uma mulher de meia-idade: física, emocional, financeira e espiritualmente. Todas as coisas por que estávamos apaixonadas na adolescência surgem agora de novo. Mas agora temos as competências, as ligações e o conhecimento para agir sobre a nossa paixão e torná-las real. Desde que nos formemos verdadeiramente parceiras dos nossos próprios espíritos na meia-idade, não só restabelecemos a nossa fé em nós próprias, como também nos tornamos parte de uma força a ser tida em conta.
Christiane Northrup
Nós estamos a acordar juntas, eu e tu! Não deixe que ninguém lhe diga que as paixões que a agitam profundamente são simplesmente uma tempestade hormonal!