quarta-feira, 18 de abril de 2012

Homens, dinheiro e chocolate
Menna van praag
O falso amor é apenas querer alguém, enquanto o verdadeiro é querer que alguém seja feliz – respondeu ela – Tornei-me tão obcecada com o facto de Jake ser a minha única fonte de alegria, desejava-o tão desesperadamente que deixei de me preocupar com o que ele sentia - Maya riu-se um pouco – É uma tolice, mas, no final, sentia-me quase capaz de o matar por ele não retribuir o meu amor. E ainda julgava que estava apaixonada por ele! … - Portanto – continuou Rose -, precisas de saber que os relacionamentos funcionam sob leis emocionais que são tão autênticas e inflexíveis como as leis da Física, como as da gravidade. E quando vives uma relação, estás sujeita a essas leis até estares esclarecida. As nossas lições de vida são intensificadas quando vivemos um relacionamento. É como colocar duas pessoas numa panela de pressão de carências, desejos, medos julgamentos e críticas. Tudo o que fizeres por ti, tudo o que estás a tentar aprender e sarar, fá-lo-às a alguém e esse alguém a ti. Dor elevada ao quadrado. Ou se ajudam uma à outra a curar ou explodem. Todos levamos para uma relação as nossas próprias lições e, então, dependendo do quanto corajosos somos, do quanto estamos dispostos a aprender, tentamos resolver e reparar com a outra pessoa. Quando nascemos, para sobreviver, precisamos desesperadamente de outras pessoas. Mas, à medida que crescemos, se os nossos pais não nos criam convenientemente, se nos magoam, queremos, numa atitude de desespero, deixar de precisar deles, embora continuemos a depender por completo deles. Isto acontece à maior parte das crianças. Porque mesmo os pais mais adoráveis não podem preencher todas as necessidades dos filhos. É completamente impossível. Sejam quais forem as razões, os pais podem deixar aos filhos um de dois legados: o medo de ser abandonados ou o medo de serem absorvidos. Compreender o que está por trás de um relacionamento romântico não é necessariamente uma fórmula para os reparar a todos. É uma dádiva para curar os nossos corações. Mas alguns não estão mesmo destinados a durar para sempre, mas sim para nos ajudarem a compreendermo-nos a nós próprios mais profundamente. Quando as pessoas resistem às suas personalidades, acreditam que precisam de outras pessoas para as fazerem felizes. Todos os casais se sentem um pouco constrangidos por precisarem um do outro, e por isso entram num jogo. Imagina que a necessidade do outro é como uma batata quente que atiram ao ar porque nenhum a quer agarrar. Numa relação equilibrada, cada um detém 50% do sentimento de que quer e precisa do outro. Mas se uma das pessoas desiste da sua própria vida pela relação a balança começa a desequilibrar-se. Então aos poucos a balança começa a desequilibrar para um dos lados. E um dia um sente 70% da necessidade e outro apenas 30. Até que um se apodera de tudo e o outro fica sem nada. É assim que um relacionamento se pode tornar totalmente desequilibrado. Um assume a necessidade dos dois. As pessoas fazem estes jogos juntas; mas não têm é consciência deles. Uma pessoa, geralmente a mulher, sente grande parte ou a totalidade da carência, logo o outro, habitualmente o homem, não. Então quando a balança pesa demasiado, ela acha que precisa dele em absoluto, e ele acredita que não precisa mesmo dela. Claro que não é sempre assim, mas, regra geral, é por causa da maneira como fomos educados. Pais distantes criam filhas habituadas a sentir a sua privação, por isso assumem mais prontamente esse papel nos relacionamentos. Mães dominadoras, criam rapazes que precisam de distância para se poderem definir a si próprios. Como tal, caem mais facilmente no papel do parceiro que quer fugir. Uma vez que entendas isto, então quando voltar a acontecer, saberás que não é real e arrumas logo o assunto.

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