terça-feira, 28 de setembro de 2010

Toda a situação difícil na vida é um teste e, à medida que evoluímos, os testes também evoluem, desde situações que põem á prova a nossa coragem física até as que testam a nossa coragem moral, integridade pessoal e capacidade de autoconhecimento.

Estes nunca são fáceis, mas uma vez que tenhamos passado por um, não teremos que repeti-lo no mesmo nível nunca mais.

Quando achamos que o mesmo teste reapareceu, ou não aprendemos a lição, ou a estamos a aprender num nível mais intenso e profundo.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A percepção é uma função do corpo e, portanto, representa um limite na consciência. A percepção vê através dos olhos do corpo e ouve através dos ouvidos do corpo. Evoca as respostas limitadas que o corpo dá. O corpo parece ser amplamente auto-motivado e independente, no entanto, ele responde só às intenções da mente.

Se a mente quer usá-lo para o ataque em qualquer forma, ele vem a ser vítima da doença, da idade e da decadência. Se, em vez disso, a mente aceita o propósito que o Espírito tem para ele, ele vem a ser um meio útil de comunicação com os outros, invulnerável por tanto tempo quanto for necessário para ser gentilmente deixado de lado quando a sua utilidade chegar ao fim. Em si mesmo ele é neutro, como tudo no mundo da percepção.

É usado para os objectivos do ego ou do Espírito, dependendo inteiramente do que a mente quer.
Um Curso em Milagres

domingo, 26 de setembro de 2010



Nada real pode ser ameaçado.

Nada irreal existe.

Nisso está a paz de Deus.


É assim que um Curso em Milagres começa. Ele faz uma distinção fundamental entre o real e o irreal, entre conhecimento e percepção. Conhecimento é verdade, e está sob uma única lei, a lei do Amor de Deus. A verdade é inalterável, eterna e não é ambígua. É possível não reconhecê-la, mas não é possível mudá-la. Ela se aplica a tudo o que Deus criou e só o que Ele criou é real. Está além do aprendizado porque está além do tempo e do processo.

Não tem opostos, não tem início e não tem fim. Simplesmente é.


O mundo da percepção, por outro lado, é o mundo do tempo, da mudança, dos inícios e dos fins. Ele baseia-se em interpretação, não em factos. É o mundo do nascimento e da morte, fundado sobre a crença na escassez, na perda, na separação e na morte. Ele é aprendido mais do que dado, selectivo nas ênfases que dá à percepção, instável no seu funcionamento e impreciso nas suas interpretações.


Do conhecimento e da percepção surgem respectivamente dois sistemas de pensamento distintos que são opostos em todos os aspectos. No domínio do conhecimento, nenhum pensamento existe á parte de Deus, porque Deus e a sua Criação compartilham uma única Vontade. O mundo da percepção, no entanto, é feito pela crença em opostos e vontades separadas, em perpétuo conflito umas com as outras e com Deus. O que a percepção vê e ouve parece ser real porque ela só permite que entre na consciência o que está de acordo com os desejos de quem está percebendo.

Isso leva a um mundo de ilusões, um mundo que precisa de defesa constante, exactamente porque ele não é real.
Um Curso em Milagres

sábado, 18 de setembro de 2010

Nunca ninguém nos pode amar ao ponto de suprir todas as nossas necessidades, se não nos amarmos primeiro a nós próprias porque, se partimos do nossao vazio, em busca do amor, apenas encontraremos um vazio ainda maior. Tudo o que manifestamos nas nossas vidas, é um reflexo do que existe dentro de nós: o que consideramos ser o nosso próprio valor, o nosso direito à felicidade e o que merecemos obter na vida. Quando essas convicções mudam o mesmo ocorre com as nossas vidas.
A aceitação é a antitese da negação e controlo. Consiste na disponibilidade para reconhecer a realidade e permitir que essa realidade se concretize, sem necessidade de mudá-la. É aí que reside a felicidade, decorrente não da manipulação das situações ou das pessoas, mas sim de um desenvolvimento de uma paz interior, mesmo face a desafios e dificuldades.
A verdadeira aceitação de um indivíduo tal como é, sem o procurar mudar através de incentivos, manipulação ou coacção, é uma forma de amor muito elevada e de difícil concretização para a maioria das pessoas. No cerne de todos os nossos esforços para mudar alguém, reside uma fomentação egoísta, a convicção de que, por meio dessa mudança, passaremos a ser felizes. Não existe nada de errado no direito de querer ser feliz, mas situar a fonte dessa felicidade fora de nós próprios, nas mãos de outras pessoas, significa ignorar a nossa capacidade e responsabilidade de modificar a nossa vida para melhor.
Irónicamente, é esta capacidade de aceitação que vai permitir à outra pessoa mudar se assim o decidir.
O problema do "outro" não nos diz respeito - para que uma mulher possa viver uma vida compensatória, independentemente do que o marido faça, terá que começar por acreditar que o problema dele não lhe diz respeito, e que não está ao seu alcance nem é seu dever mudá-lo. Nem sequer tem o direito de o fazer. Deverá aprender a respeitar o direito do marido de ser como é, muito embora desejasse que ele fosse diferente.
Quando assim o fizer passará a estar livre - livre do ressentimento que sente face à indisponibilidade do marido, livre da sensação de culpa por não ser capaz de o transformar, livre do fardo de tentar vezes sem conta mudar o que não consegue.

Quando uma mulher abandona a cruzada de tentar mudar o homem da sua vida, este passa a estar entregue à ponderação, das consequências do seu próprio comportamento.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O RELACIONAMENTO COM A ALMA
As mulheres costumam reservar tempo suficiente para atender às crises de saúde física - especialmente da saúde dos outros - mas deixam de criar tempo para a manutenção do seu próprio relacionamento com a sua própria alma. Elas têm tendência de não reconhecer a alma como o magneto ou gerador central da sua animação e energia. Muitas mulheres tratam o seu relacionamento com a alma como se ela fosse um instrumento não muito importante. Como qualquer instrumento de valor, ela precisa de abrigo, de limpeza, de lubrificação, de consertos. Se isso não ocorre, como um automóvel, o relacionamento emperra, provoca uma desaceleração na vida diária da mulher, faz com que ela gaste uma energia enorme nas tarefas mais simples e acaba enguiçando à beira do colapso longe da cidade ou de um telefone.
C.P.E.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010


Existe actualmente dentro da cultura feminina uma suspeita quanto ao masculino, um medo de "precisar do masculino". Isso tem como origem os traumas que mal começam a cura-se provocados pela família e pela cultura em tempos passados, quando as mulheres eram tratadas como servas, não como indivíduos de identidade própria. Ainda está presente na memória da Mulher que houve um tempo em que as mulheres talentosas eram descartadas como lixo, em que uma mulher não podia ter uma ideia a não ser que em segredo a plantasse num homem, que então a apresentava ao mundo lá fora como se fosse exclusivamente sua.


Recentemente, porém creio que não podemos ignorar nenhuma metáfora que nos ajude a ver e a ser. Eu não confiaria numa paleta na qual faltasse o vermelho, o azul, o amarelo, o branco ou o preto. Vocês também não confiariam. O animus (masculino) é uma cor primária na paleta da psique feminina. O aspecto principal do desenvolvimento do animus (masculino) é a real manifestação de pensamentos, impulsos e idéias muito particulares.

Além do mais, o masculino (animus) é um elemento da psique da mulher que precisa ser exercitado, que precisa treinar com regularidade, a fim de ser capaz de agir. Se ele for negligenciado na vida psíquica da mulher, irá atrofiar-se, exactamente como um músculo que permaneceu inerte por muito tempo.

Embora algumas mulheres levantem a hipótese de que uma natureza de mulher-guerreira, a natureza de amazona, a da caçadora, possa suplantar esse elemento"masculino-dentro-do-feminino", para mim existem muitas camadas e nuances da natureza masculina, como por exemplo um certo tipo de criação de normas, de decretação de leis, de estabelecimento de fronteiras, em termos intelectuais, que é extremamente valioso para mulheres que vivem nos nossos dias.

Esses atributos masculinos não se originam do temperamento psíquico instintivo das mulheres com a mesma forma ou tom daqueles da sua natureza feminina.

Portanto, por vivermos, como vivemos, num mundo que exige tanto a acção meditativa quanto a acção concreta, considero muito útil o emprego do conceito de uma natureza masculina ou animus na mulher.


Quando em perfeito equilíbrio, o animus atua como auxiliar, companheiro, amante, irmão, pai, rei. Isso não quer dizer que o animus seja rei da psique da mulher, como poderia sustentar um ponto de vista patriacal doentio.

Clarissa Pinkola Estés

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O NÚMERO 7

O número 7 é com frequência considerado um número da mulher, um número místico equivalente à divisão do ciclo da lua em quatro partes: nova, crescente, cheia e minguante. Foi uma tradição feminina muito comum o hábito de se perguntar durante a fase da lua cheia qual era o estado do ser de cada uma; o estado das nossas amizades, da nossa vida doméstica, do nosso parceiro, dos nossos filhos.
Num tal estado de solidão, podemos agir assim , pois é nesse período que direccionamos todos os nossos aspectos para um ponto situado no tempo, e pesquisamos, perguntamos, querendo descobrir o que eles/nós/alma desejam neste exacto instante e realizando esse desejo se possível. Desse modo, fazemos sondagens vitais sobre as nossas condições actuais. Há muitos aspectos da nossa vida que devemos avaliar com constância: o ambiente, o trabalho, a vida criativa, a família, o parceiro, os filhos, mãe/pai, a sexualidade, a vida espiritual e assim por diante.
O padrão usado para avaliação é simples. O que precisa menos? O que precisa mais? Estamos a perguntar a partir de um ponto bem dentro, bem fundo, não em termos lógicos, não em termos de ego. Será que estamos na trajectória certa no espírito e na alma? A nossa vida interior está aparecendo? O que está a precisar de reforço, de protecção, de lastro ou de pesos? O que está a precisar de ser eliminado, transporto ou modificado?
C.P.E.