sábado, 18 de setembro de 2010

Nunca ninguém nos pode amar ao ponto de suprir todas as nossas necessidades, se não nos amarmos primeiro a nós próprias porque, se partimos do nossao vazio, em busca do amor, apenas encontraremos um vazio ainda maior. Tudo o que manifestamos nas nossas vidas, é um reflexo do que existe dentro de nós: o que consideramos ser o nosso próprio valor, o nosso direito à felicidade e o que merecemos obter na vida. Quando essas convicções mudam o mesmo ocorre com as nossas vidas.
A aceitação é a antitese da negação e controlo. Consiste na disponibilidade para reconhecer a realidade e permitir que essa realidade se concretize, sem necessidade de mudá-la. É aí que reside a felicidade, decorrente não da manipulação das situações ou das pessoas, mas sim de um desenvolvimento de uma paz interior, mesmo face a desafios e dificuldades.
A verdadeira aceitação de um indivíduo tal como é, sem o procurar mudar através de incentivos, manipulação ou coacção, é uma forma de amor muito elevada e de difícil concretização para a maioria das pessoas. No cerne de todos os nossos esforços para mudar alguém, reside uma fomentação egoísta, a convicção de que, por meio dessa mudança, passaremos a ser felizes. Não existe nada de errado no direito de querer ser feliz, mas situar a fonte dessa felicidade fora de nós próprios, nas mãos de outras pessoas, significa ignorar a nossa capacidade e responsabilidade de modificar a nossa vida para melhor.
Irónicamente, é esta capacidade de aceitação que vai permitir à outra pessoa mudar se assim o decidir.
O problema do "outro" não nos diz respeito - para que uma mulher possa viver uma vida compensatória, independentemente do que o marido faça, terá que começar por acreditar que o problema dele não lhe diz respeito, e que não está ao seu alcance nem é seu dever mudá-lo. Nem sequer tem o direito de o fazer. Deverá aprender a respeitar o direito do marido de ser como é, muito embora desejasse que ele fosse diferente.
Quando assim o fizer passará a estar livre - livre do ressentimento que sente face à indisponibilidade do marido, livre da sensação de culpa por não ser capaz de o transformar, livre do fardo de tentar vezes sem conta mudar o que não consegue.

Quando uma mulher abandona a cruzada de tentar mudar o homem da sua vida, este passa a estar entregue à ponderação, das consequências do seu próprio comportamento.

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