segunda-feira, 13 de abril de 2009


VEGETOTERAPIA


Segundo Wilhelm Reich a expressão corporal de uma pessoa corresponde à sua atitude mental. A vegetoterapia admite que certas regiões do corpo concentram possibilidades de expressão emocional, e que a mobilização adequada das mesmas numa certa ordem pode ser útil em psicoterapia. Reich foi o primeiro analista a introduzir um estudo exaustivo na descoberta de mecanismos corporais envolvidos na dinâmica da repressão, da dissociação ou outras defesas contra as emoções.
As tensões corporais podem ser vistas como uma série de constrições, cuja função é limitar o movimento, a respiração e a emoção. Na vegetoterapia o propósito é libertar as emoções encouraçadas na musculatura, exprimindo-as, e com isso toda a energia estagnada, restabelecendo o “fluxo” de sensações. À medida que vamos renunciando à nossa blindagem corporal e a nossa respiração se torna mais livre, a capacidade de nos entregarmos a movimentos expontâneos e involuntários aumenta muitíssimo.
A dissolução de um espasmo muscular não só liberta a energia vegetativa mas, além disso e principalmente, reproduz a lembrança da situação de infância na qual ocorreu a repressão do instinto. Pode dizer-se que toda rigidez muscular contém a história e o significado da sua origem (Reich, 1979, p. 255). Trabalhamos com a linguagem do expressivo.

As técnicas de manipulação na vegetoterapia são utilizadas somente para ajudar uma emoção já presente a sair e não para a provocar artificialmente. O terapeuta em caso algum tenta forçar a resistência, ao contrário, seduz a resistência, respeitando-a. Ela na verdade instalou-se numa época em que tinha a sua importância, tinha a sua função. É pois muitas vezes quando se utiliza o toque leve, onde a pessoa não está em guarda e pode então abandonar-se à emoção autêntica.

A vegetoterapia pretende:

1. Devolver ao corpo um bom tônus, a sua estatura elástica e erecta, sem câimbras ou espasmos, onde os músculos possam se alterar da tensão para a relaxação, sendo, contudo, nem cronicamente contraídos, nem flácidos;
2. Movimentos peristálticos fáceis; ausência de constipações ou hemorróidas;

3. Expiração completa e profunda com pausa antes da nova inspiração; movimentos do peito livres e fáceis; pressão sanguínea normal, nem muito alta nem muito baixa; os traços faciais vivos e variáveis, nunca rígidos ou semelhantes a uma máscara.

4. Ausência de angústia onde não há nenhum perigo e capacidade de reagir racionalmente mesmo em situações perigosas – e coragem para entrar voluntariamente em situações perigosas quando vê uma finalidade racional e importante para fazê-lo.

5. Um sentimento profundo e duradouro de bem-estar e vigor, sentimento do qual a pessoa pode se tornar consciente cada vez que dirige a sua atenção para ele, mesmo quando lutando contra dificuldades ou quando sentindo dor corporal, que não deve ser entretanto forte demais.


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