segunda-feira, 13 de abril de 2009



É POSSÍVEL SAIR DE UMA ARMADILHA. ENTRETANTO, PARA ROMPER UMA PRISÃO, A PESSOA PRECISA, EM PRIMEIRO LUGAR, ADMITIR QUE ESTÁ NUMA PRISÃO. A ARMADILHA É A ESTRUTURA EMOCIONAL DO HOMEM. NÃO ADIANTA ARQUITECTAR SISTEMAS DE PENSAMENTO SOBRE A NATUREZA DA ARMADILHA, UMA VEZ QUE A ÚNICA COISA A FAZER PARA SAIR DELA É CONHECÊ-LA E ENCONTRAR A SAÍDA (REICH, 1995)

VEGETOTERAPIA


Wilhelm Reich acreditava que enquanto houvesse bloqueios, ou seja, enquanto o organismo não fosse capaz de deixar a energia circular livremente da cabeça aos pés vice-versa, o indivíduo não alcançaria a satisfação plena (VOLPI, 2003)

Em seu trabalho terapêutico, Wilhelm Reich (1897-1957), médico e psicanalista vienense que foi aluno e colaborador de Freud, começou a observar que muitos dos seus pacientes não progrediam dentro do tratamento psicanalítico, resistiam, ainda que de uma forma inconsciente. Constatou que essas resistências se expressavam, sobretudo, no corpo físico, sob a forma de tensões. Gradualmente passou então a enfatizar a importância de lidar com os aspectos físicos, agindo directamente sobre o corpo do paciente. Rompe com a Psicanálise e passa a desenvolver um método próprio de trabalho que buscava integrar mente e corpo. (Reich, 1995)

Essa interferência directa no corpo do paciente levou-o a descobrir a couraça ou rigidez muscular. Começou então a trabalhar no relaxamento dessa couraça muscular, e descobriu que o respectivo relaxamento libertava energia.

Nessa época, Reich no avanço de suas pesquisas descobriu um tipo de energia que constatou estar dentro e fora do organismo e que era a própria energia da vida, que ele denominou de Orgone.

Reich descobriu que a couraça muscular estava disposta em segmentos específicos do corpo, formando como se fosse um anel envolvendo cada uma das partes do corpo. Mapeou então sete segmentos de couraça que são: ocular, oral, cervical, torácico , diafragmático, abdominal e pélvico, que impedem a energia de fluir livremente.

“No organismo, a energia orgone tem um movimento pulsátil, sobe pelas costas e desce pela frente do corpo” (VOLPI, 2003, p. 100-101)

A Vegetoterapia consiste basicamente em dissolver cada segmento de couraça através de movimentos específicos.

Analisando de forma sucinta os segmentos de couraça, começando pela cabeça e seguindo em direcção à pelve:

SEGMENTO OCULAR – Compreende a pele, os olhos, os ouvidos e o nariz. É o bloqueio que impede a visão clara do mundo, que traz uma interpretação distorcida ou uma falta de interpretação da realidade.

SEGMENTO ORAL – Compreende a boca e inclui os músculos do queixo, garganta e a parte de trás da cabeça. O bloqueio neste segmento impede a manifestação das expressões emocionais relativas ao ato de chorar, morder com raiva, gritar, sugar e fazer caretas. Isto pode reflectir-se em tendências à depressão e insatisfação.

SEGMENTO CERVICAL – Compreende os músculos profundos do pescoço e também a língua. A couraça funciona principalmente para controlar a raiva ou o choro como instinto de conservação.

SEGMENTO TORÁCICO – Compreende o coração, os pulmões e os membros superiores. É o nível onde está localizada a ambivalência e inibe o riso, a raiva, a tristeza e o desejo. A inibição da respiração, que é um meio importante de suprimir toda a emoção, ocorre em grande parte no tórax, que guarda o amor eo ódio.

SEGMENTO DIAFRAGMÁTICO – Compreende o diafragma. O bloqueio no diafragma traz uma ansiedade de espera ligada ao castigo, à punição e à culpa. Da mesma forma que o pescoço, esse segmento também se encontra bloqueado na maioria das pessoas.

SEGMENTO ABDOMINAL – Compreende os músculos abdominais longos e os músculos das costas, as vísceras e está ligado à função dos esfíncteres. A tensão nos músculos lombares está ligada ao medo de ataque. A compulsividade e a organização exagerada reflectem-se como um bloqueio neste segmento.

SEGMENTO PÉLVICO – Compreende os músculos da pelve, onde anatomicamente se encontram os genitais e os membros inferiores. A couraça pélvica serve para inibir a ansiedade e a raiva, bem como o prazer sexual, o medo da castração, da punição e a culpa.


Harbhajan Kaur


Sem comentários:

Enviar um comentário