sexta-feira, 23 de março de 2012

Nunca ninguém nos pode amar ao ponto de suprir todas as nossas necessidades se não nos amarmos primeiro a nós próprias porque, se partirmos do nosso vazio em busca do amor, apenas encontraremos um vazio ainda maior. Tudo o que manifestamos nas nossas vidas é um reflexo do que existe dentro de nós: o que consideramos ser o nosso próprio valor, o nosso direito à felicidade e o que merecemos obter na... vida. Quando essas convicções mudam, o mesmo ocorre com a nossa vida. A Aceitação é a antítese da negação e controlo. Consiste na disponibilidade para reconhecer a realidade e permitir que essa realidade se concretize, sem necessidade de mudá-la. É aí que reside a felicidade, decorrente não da manipulação das situações ou das pessoas, mas sim do desenvolvimento de uma paz interior, mesmo face a desafios e dificuldades. A verdadeira aceitação de um indivíduo tal como é, sem o procurar mudar através de incentivos, manipulação ou coacção, é uma forma de amor muito elevada e de difícil concretização para a maioria das pessoas. No cerne de todos os nossos esforços para mudar alguém reside uma fundamentação egoísta, a convicção de que, por meio dessa mudança, passaremos a ser felizes. Não existe nada de errado no desejo de querer ser feliz, mas situar a fonte dessa felicidade fora de nós próprios, nas mãos de outras pessoas, significa ignorar a nossa capacidade e responsabilidade de modificar a nossa vida para melhor. Ironicamente, é exactamente esta prática da aceitação que vai permitir à outra pessoa mudar se assim o decidir. O problema do (outro) não nos diz respeito – para que uma mulher possa viver uma vida própria compensatória, independentemente do que o marido faça, terá de começar por acreditar que o problema dele não lhe diz respeito, e que não está ao seu alcance nem é seu dever mudá-lo. Nem sequer tem o direito de o fazer. Deverá aprender a respeitar o direito do marido de ser como é, muito embora desejasse que ele fosse diferente. Quando assim fizer, passará a estar livre - livre do ressentimento que sente face á indisponibilidade do marido, livre da sensação de culpa por não ser capaz de o transformar, livre do fardo de tentar vezes sem conta mudar o que não consegue. Quando uma mulher que ama demais abandona a cruzada de tentar modificar o homem da sua vida, este passa a estar entregue à ponderação das consequências do seu próprio comportamento.
Robin Norwood

1 comentário:

  1. Xuxuta, mulher!
    Encontrei você através de uma amiga no Facebook. Entrei no seu blog e há dois dias ando passeando por aqui, tirando artigos da gaveta, completamente apaixonada pelo que encontro.
    Fico tão feliz quando encontro pessoas como você.
    Que bom, que bom :)

    Um grande abraço,

    Grace

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