segunda-feira, 8 de junho de 2009

DOR

Quando a sua dor é profunda, o mais certo é você desejar mais escapar-lhe do que render-se a ela. Você não quer sentir o que sente. O que poderia ser mais normal? Mas não há como escapar não há saída. Existem muitas pseudofugas - o trabalho, a bebida, as drogas, a ira, a projecção, a supressão, e outras mais - mas elas não o libertarão da dor. O sofrimento não diminui de intensidade quando você o torna inconsciente. Se recusar a dor emocional, tudo o que você fizer ou pensar assim como os seus relacionamentos serão contaminados por ela. Você difundirá essa dor, por assim dizer, como uma energia que emana, e os outros apanhá-la-ão subliminarmente.


Quando não há uma saída, continuará a haver uma passagem. Por isso não volte as costas á sua dor. Enfrente-a. Sinta-a plenamente. Sinta - não pense nela! Expresse-a, se necessário. Não deixe que a mente use a dor para criar a partir dela uma identidade de vítima para si próprio. Sentir pena de si e contar a sua história aos outros mantê-lo-á preso ao sofrimento. Ao entrar no sentir, esteja intensamente alerta. Ao princípio, poderá parecer um lugar escuro e aterrador e, quando surgir o impulso para fugir dele, observe, mas não fuja. Continue vigilante, continue presente - presente com todo o seu Ser, com cada célula do seu corpo. Ao fazê-lo, estará a levar uma luz para dentro dessa escuridão. É a chama da sua consciência.


Eckhart Tolle




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